O Pr. Gilson Soares dos Santos é casado com a Missionária Selma Santos, tendo três filhos: Micaelle, Álef e Michelle. É servo do Senhor Jesus Cristo, chamado com santa vocação. Bacharel em Teologia pelo STEC (Seminário Teológico Evangélico Congregacional), Campina Grande/PB; Graduado em Filosofia pela UEPB (Universidade Estadual da Paraíba); Pós-Graduando em Teologia Bíblica pelo CPAJ/Mackenzie (Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper). Professor de Filosofia e Teologia Sistemática no STEC. Professor de Teologia Sistemática no STEMES, em Campina Grande - Paraíba. Pastor do Quadro de Ministros da Aliança das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil (AIECB). Pastoreou a Igreja Evangélica Congregacional de Cuité/PB, durante 15 anos (1993-2008). Atualmente é Pastor Titular da Igreja Evangélica Congregacional em Areia - Paraíba.

30 de junho de 2012

IBGE Divulga: Número de Evangélicos Aumenta 61% em 10 Anos - Isto é Bom ou Ruim?

O IBGE divulgou, nesta sexta-feira, 29/06/2012, que o número de evangélicos no Brasil teve um aumento de 61% em 10 anos. Segundo o IBGE já são 42,3 milhões de evangélicos no Brasil.
Transcrevo abaixo a notícia, na íntegra, conforme está no Portal g1, da Rede Globo. Em seguida estou postando um vídeo com um excelente debate sobre esse crescimento dos evangélicos no Brasil.

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29/06/2012 10h01 - Atualizado em 29/06/2012 16h15



Número de evangélicos aumenta 61% em 10 



anos, aponta IBGE



Os católicos diminuíram 1,3% entre 2000 e 2010, segundo o Censo.
Mas o país segue de maioria católica, com 123,2 milhões de pessoas.

Do G1, em São Paulo
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O número de evangélicos no Brasil aumentou 61,45% em 10 anos, segundo dados do Censo Demográfico divulgado nesta sexta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2000, cerca de 26,2 milhões se disseram evangélicos, ou 15,4% da população. Em 2010, eles passaram a ser 42,3 milhões, ou 22,2% dos brasileiros. Em 1991, o percentual de evangélicos era de 9% e, em 1980, de 6,6%.
Mesmo com o crescimento de evangélicos, o país ainda segue com maioria católica. Segundo o IBGE, o número de católicos foi de 123,3 milhões em 2010, cerca de 64,6% da população. No levantamento feito em 2000, eles eram 124,9 milhões, ou 73,6% dos brasileiros. A queda foi de 1,3%.
Número de brasileiros em cada religião/Censo 2010
ReligiãoPopulação
Católica apostólica romana123.280.172
Evangélicas42.275.440
Espírita3.848.876
Umbanda, candomblé e religiões afrobrasileiras588.797
Outras religiões5.185.065
Sem religião15.335.510
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE)
A queda do percentual de católicos é histórica, de acordo com o instituto. Até 1970, em quase 100 anos, a queda foi de 7,9 pontos percentuais: o número de católicos em 1872 (ano do primeiro Censo) representava 99,7% da população e passou a 91,8% em 1970.
O Nordeste ainda mantém o maior percentual de católicos, com 72,2% em 2010. Apesar de ser a região do país com maior concentração do grupo religioso, a população nordestina católica sofreu queda. Em 2000, o percentual era de 79,9%. No Sul, o IBGE também identificou redução do percentual de católicos, saindo de 77,4% para 70,1% nos censos de 2000 e de 2010, respectivamente.
A maior redução foi registrada pelo instituto no Norte, passando de 71,3% da população em 2000 para 60,6% em 2010.
Brasileiros, por sexo, em cada religião/Censo 2010
ReligiãoHomensMulheres
Católica apostólica romana61.180.31662.099.856
Evangélicas18.782.83123.492.609
Espírita1.581.7012.267.176
Umbanda, candomblé e religiões afrobrasileiras269.488319.310
Outras religiões2.364.6961.122.524
Sem religião9.082.5076.253.004
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE)
O IBGE registrou que, ao mesmo tempo em que o número de católicos caiu no Norte e no Nordeste, o número de evangélicos cresceu com maior volume nas duas regiões. A representatividade no Norte saiu de 19,8% (2000) para 28,5% (2010). No Nordeste, o aumento de evangélicos foi menor, saindo de 10,3% para 16,4%, se comparados os Censos de 2000 e de 2010, respectivamente.
No estado do Rio de Janeiro, o percentual de católicos é 45,8% da população em 2010, o menor do país, segundo o IBGE. No estado também foi registrada a maior concentração de espíritas com 4%; seguido de São Paulo, com 3,3%; Minas Gerais, com 2,1%; e Espírito Santo, com 1%.
No Piauí, o percentual de católicos foi o maior, com 85,1% da população do estado. A proporção de evangélicos foi maior em Rondônia, com 33,8%. A menor foi registrada no Piauí, com 9,7%.
O IBGE registrou que 15 milhões de pessoas se declararam sem religião no Censo de 2010, o que representa 8% dos brasileiros. Em 2000 eram 12,5 milhões, o equivalente a 7,3% da população.
O Censo 2010 também apontou que 31,5% dos espíritas têm nível superior completo, apenas 1,8% das pessoas não têm instrução e 15% têm ensino fundamental incompleto. Outros 1,4% dos espíritas não são alfabetizados.
Os católicos têm 6,8% das pessoas sem instrução e 39,8% com ensino fundamental incompleto. No grupo dos que se declaram sem religião o percentual de pessoas sem instrução é de 6,7% e outros 39,2% têm ensino fundamental incompleto. Entre os evangélicos o percentual chega a 6,2% (sem instrução) e a 42,3% (com ensino fundamental incompleto).
FONTE: http://g1.globo.com/brasil/noticia/2012/06/numero-de-evangelicos-aumenta-61-em-10-anos-aponta-ibge.html
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Agora veja o debate com Augustus Nicodemus, Paulo Romeiro e Roberto Tambelini.

Deus abençoe a todos!
Pr. Gilson Soares dos Santos

29 de junho de 2012

Para Onde Vão As Pessoas Que Nunca Ouviram Falar de Jesus? O Ensino do Inclusivismo


PARA ONDE VÃO AS PESSOAS QUE NUNCA OUVIRAM FALAR DE JESUS? O ENSINO DO INCLUSIVISMO

Pr. Gilson Soares dos Santos

No decorrer da história da igreja, intensos debates foram travados sobre o destino das pessoas que nunca foram evangelizadas. A situação atualmente não é diferente. As perguntas envolvendo o tema ainda persistem: uma pessoa que nunca ouviu falar do evangelho de Cristo está salva? Sobre este assunto temos diversos pontos de vista, entre eles, o exclusivismo; a oportunidade universal antes da morte; o inclusivismo; o evangelismo post-mortem; o universalismo, e ainda outros que não recebem um nome dentro da teologia. Embora todas as correntes citadas concordem que Jesus é o único salvador, divergem sobre a salvação dos não evangelizados. Sobre isto trataremos, sucintamente, em diversas postagens. Nesta postagem trataremos sobre o ensino do Inclusivismo.

1 – O Inclusivismo

1.1  – O Ensino do Inclusivismo

Franklin Ferreira e Alan Myatt definem o ensino do inclusivismo da seguinte forma: “Os não evangelizados podem vir a ser salvos, se responderem a Deus em fé, baseados na revelação que possuem”. (1). O inclusivismo ensina que uma pessoa que nunca ouviu falar de Jesus, mas crê num Deus que criou todas as coisas, essa pessoa está salva pela sua crença em Deus.

Para os inclusivistas, a revelação geral, que é a maneira como Deus se revela por meio das coisas que foram criadas, é suficiente para fazer alguém crê em Deus e, por meio dessa fé, ser salvo. Sua salvação consistirá pela sua resposta à luz da revelação geral (a criação natural e sua consicência).

Para Norman Geisler,  “os defensores de que a salvação pode ser obtida por intermédio da revelação geral insistem que não é necessário termos o conhecimento daquilo que Cristo fez por nós. Dessa forma, todos os versículos que indicam que a morte e a ressurreição de Cristo são soteriologicamente necessárias, devem ser considerados referências ao fato do sacrifício de Cristo e não ao conhecimento explícito desta verdade.” (2).

1.2 – Versículos do Inclusivismo

João 12.32
“32 E eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a mim.”

Atos 10.34,35
“34 Então Pedro, tomando a palavra, disse: Na verdade reconheço que Deus não faz acepção de pessoas; 35 mas que lhe é aceitável aquele que, em qualquer nação, o teme e pratica o que é justo.”

I Timóteo 4.10
“10 Pois para isto é que trabalhamos e lutamos, porque temos posto a nossa esperança no Deus vivo, que é o Salvador de todos os homens, especialmente dos que crêem.”


Hebreus 11.6
“6 Ora, sem fé é impossível agradar a Deus; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam.”

OBSERVAÇÃO: Para os inclusivistas, neste versículo estão incluídos aqueles que nunca ouviram o evangelho.

1.2  – Representantes do Inclusivismo

Clark Pinnock.
C. S. Lewis.
Pannenberg.
John Wesley.
John Sanders.
Justino Mártir.
Wolfhart.




OBSERVAÇÃO: Recomendamos que você também leia as seguintes postagens:




(1)   FERREIRA. Franklin, MYATT. Alan, Teologia Sistemática. São Paulo: Vida Nova. 2007. p. 63.

(2)     GEISLER. Norman, Teologia Sistemática. Rio de Janeiro: CPAD. 2010. p. 364.


26 de junho de 2012

Para Onde Vão As Pessoas Que Nunca Ouviram Falar de Jesus? O Ensino da Oportunidade Universal


PARA ONDE VÃO AS PESSOAS QUE NUNCA OUVIRAM FALAR DE JESUS? O ENSINO DA OPORTUNIDADE UNIVERSAL ANTES DA MORTE

Pr. Gilson Soares dos Santos

No decorrer da história da igreja, intensos debates foram travados sobre o destino das pessoas que nunca foram evangelizadas. A situação atualmente não é diferente. As perguntas envolvendo o tema ainda persistem: uma pessoa que nunca ouviu falar do evangelho de Cristo está salva? Sobre este assunto temos diversos pontos de vista, entre eles, o exclusivismo; a oportunidade universal antes da morte; o inclusivismo; o evangelismo post-mortem; o universalismo, e ainda outros que não recebem um nome dentro da teologia. Embora todas as correntes citadas concordem que Jesus é o único salvador, divergem sobre a salvação dos não evangelizados. Sobre isto trataremos, sucintamente, em diversas postagens. Nesta postagem trataremos sobre o ensino da Oportunidade Universal Antes da Morte.

1 – A Oportunidade Universal Antes da Morte

1.1 – O Ensino da Oportunidade Universal

Franklin Ferreira e Alan Myatt dão a seguinte definição para essa linha teológica: “Todas as pessoas recebem uma oportunidade de serem salvas porque Deus lhes envia o evangelho (mesmo por anjos ou sonhos) ou no momento da morte ou pelo conhecimento intermediário”.(1)

Para os adeptos dessa doutrina não há uma pessoa debaixo do céu que fique sem ouvir o evangelho. Quando um missionário não prega para essas pessoas, certamente um anjo prega, ou elas escutam a pregação através de sonhos. Para eles, o evangelho foi, está sendo e será pregado à toda criatura, por pessoas, anjos, sonhos ou revelações.

Norman Geisler afirma em sua Teologia Sistemática: “Quando as pessoas respondem à luz da criação (Rm 1.19,20) e/ou da sua consciência (Rm 2.12-15), Deus provê a luz da redenção – Ele sabe exatamente quem estará lá quando o evangelho for pregado (At 17.26), e sabe quando alguém que receberia a salvação ainda não teve a oportunidade de fazê-lo”.(2)

2.2 – Os Versículos da Oportunidade Universal

Colossenses 1.23
“23 se é que permaneceis na fé, fundados e firmes, não vos deixando apartar da esperança do evangelho que ouvistes, e que foi pregado a toda criatura que há debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, fui constituído ministro.”.

Mateus 24.14
“14 E este evangelho do reino será pregado no mundo inteiro, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim.”

Atos 10.34,35
“34 Então Pedro, tomando a palavra, disse: Na verdade reconheço que Deus não faz acepção de pessoas; 35 mas que lhe é aceitável aquele que, em qualquer nação, o teme e pratica o que é justo”.

Os textos mais fortes usados pelos que creem na oportunidade universal são os de Daniel Capítulo 2, Atos Capítulo 8 e Atos Capítulos 10 e 11.

2.3 – Representantes da Oportunidade Universal

Tomás de Aquino;
Jacobus Arminius;
John Henry;
Newman;
Oliver Buswell Jr.
Norman Geisler
Robert Ligtner.

(1) FERREIRA. Franklin, MYATT. Alan, Teologia Sistemática. São Paulo: Vida Nova. 2007. p. 63.
(2) GEISLER. Norman, Teologia Sistemática. Rio de Janeiro: CPAD. 2010. p. 340.




OBSERVAÇÃO: Recomendo que você leia também: 

Para Onde Vão As Pessoas Que Nunca Ouviram Falar de Jesus? O Ensino do Exclusivismo

Para Onde Vão As Pessoas Que Nunca Ouviram Falar de Jesus? O Ensino do Inclusivismo

23 de junho de 2012

A Rio+20 Acabou: Pastores Evangélicos Fizeram a Coisa Certa



A RIO+20, conferência sobre o desenvolvimento sustentável, acabou. Acompanhei, pelos telejornais e pela internet, a movimentação, pois este é um tema que muito me interessa, primeiro porque sou cristão, segundo porque fui aluno de Licenciatura em Biologia, da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Campus de Cuité, e também porque sou morador do Planeta Terra. Uma das coisas que mais me chamaram a atenção na Rio+20 foi a atitude de um grupo de pastores, liderados por Silas Malafaia: eles fizeram chegar ao terrorista Mahmoud Ahmadinejad, presidente do Irã, uma carta pedindo a libertação do iraniano Yousef Nadarkhani, que se converteu ao cristianismo e, por isso, foi condenado à morte em seu país. Ainda colocaram faixas em frente ao hotel onde Mahmoud se hospedou.

A presença de Mahmoud foi criticada antes mesmo de sua chegada ao Rio. E durante a conferência, a delegação de Israel não assistiu ao seu pronunciamento.

A atitude dos pastores evangélicos deve ser elogiada, pois no mundo inteiro existem protestos contra as atitudes do presidente iraniano.

Se você não tem acompanhado as notícias sobre a condenação do Pr. Yousef Nadarkhani veja este vídeo, do Jornal Nacional da Rede Globo, onde a confirmação da condenação de Yousef foi noticiada.



Oremos pela igreja perseguida.

Pr. Gilson Soares dos Santos

21 de junho de 2012

Para Onde Vão As Pessoas Que Nunca Ouviram Falar de Jesus? O Ensino do Exclusivismo


PARA ONDE VÃO AS PESSOAS QUE NUNCA OUVIRAM FALAR DE JESUS? O ENSINO DO EXCLUSIVISMO

Pr. Gilson Soares dos Santos

No decorrer da história da igreja, intensos debates foram travados sobre o destino das pessoas que nunca foram evangelizadas. A situação atualmente não é diferente. As perguntas envolvendo o tema ainda persistem: uma pessoa que nunca ouviu falar do evangelho de Cristo está salva? Sobre este assunto temos diversos pontos de vista, entre eles, o exclusivismo; a oportunidade universal antes da morte; o inclusivismo; o evangelismo post-mortem; o universalismo, e ainda outros que não recebem um nome dentro da teologia. Embora todas as correntes citadas concordem que Jesus é o único salvador, divergem sobre a salvação dos não evangelizados. Sobre isto trataremos, sucintamente, em diversas postagens. Hoje postaremos a posição do Exclusivismo sobre o destino das pessoas não evangelizadas.

1 – O Exclusivismo

1.1 – O Ensino do Exclusivismo

Para o exclusivismo, Deus não providenciou salvação para aqueles que não ouvem falar de Jesus e, para a maioria dos exclusivistas, a pregação do evangelho alcança os eleitos. Os que não forem evangelizados, certamente não estão entre os eleitos, por essa razão o evangelho não lhes alcançou. Todos os que não foram evangelizados estão perdidos. E esta tem sido a crença geral através da igreja cristã.

Para o exclusivismo, se admitirmos que aqueles que nunca ouviram falar de Cristo estão salvos, então temos dois caminhos para o céu: ouvir falar de Cristo e aceitá-lo ou não ouvir falar dele. Nesta época, a salvação não é possível sem o conhecimento a respeito de Cristo, sem a aceitação de sua morte expiatória e a crença na sua ressurreição.

Para grande parte dos exclusivistas a revelação geral somente é suficiente para a condenação, pois para a salvação somente o conhecimento do evangelho e da salvação em Cristo Jesus. Na verdade, a fé no unigênito Filho de Deus é colocada como condição para a salvação.

1.2 – Os Versículos do Exclusivismo

João 3.18

“18 Quem crê nele não é julgado; mas quem não crê, já está julgado; porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.”


João 3.36

“36 Quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, porém, desobedece ao Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus.”


João 8.24

“24 Por isso vos disse que morrereis em vossos pecados; porque, se não crerdes que eu sou, morrereis em vossos pecados.”


João 10.1,9

“1 Em verdade, em verdade vos digo: quem não entra pela porta no aprisco das ovelhas, mas sobe por outra parte, esse é ladrão e salteador. 9 Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará, e sairá, e achará pastagem.”


João 14.6

“6 Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.”


Atos 4.12

“12 E em nenhum outro há salvação; porque debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, em que devamos ser salvos.”


Romanos 10.9

"Se, com a tua boca, confessares ao Senhor Jesus e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dos morto, serás salvo.”


I João 5.11,12

“11 E o testemunho é este: Que Deus nos deu a vida eterna, e esta vida está em seu Filho.12 Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida.”.


1.3 – Outros Nomes Dados ao Exclusivismo

O Exclusivismo recebe outros nomes:

Exclusivismo Cristocêntrico;
Particularismo;
Posição da Revelação Especial;
Restritivismo.


1.4 – Representantes do Exclusivismo

Os principais nomes do Exclusivismo são:

Agostinho;
Carl Henry;
João Calvino;
Jonathan Edwards;
Lutero;
R. C. Sproul;
Ronald Nash;
Tomás de Aquino.


Este é o ensino do restritivismo a respeito daqueles que nunca ouviram o Evangelho, daqueles que não foram evangelizados e, portanto, não tiveram chance de aceitar ou rejeitar ao Senhor Jesus Cristo. Em síntese, para o exclusivismo, os não evangelizados estão condenados eternamente.


OBSERVAÇÃO: Recomendo que você leia também: 


Para Onde Vão As Pessoas Que Nunca Ouviram Falar de Jesus? O Ensino da Oportunidade Universal

Para Onde Vão As Pessoas Que Nunca Ouviram Falar de Jesus? O Ensino do Inclusivismo

20 de junho de 2012

Caio Fábio Afirma: A Bíblia Não é o Livro de Deus e Está Cheia de Erros



Mais uma de Caio Fábio. Agora ele nega a inerrância das Sagradas Escrituras, diz que a Bíblia está cheia de erros e não é o Livro de Deus. Veja o vídeo:





Transcrevo o Capítulo I da Declaração de Savoy e o Artigo 3º  dos Vinte e Oito Artigos da Breve Exposição das Doutrinas Fundamentais do Cristianismo, Confissões que defendo e que tratam das Sagradas Escrituras:

A DECLARAÇÃO DE SAVOY – CONFISSÃO DE FÉ CONGREGACIONAL

CAPÍTULO I

A SAGRADA ESCRITURA

I. – Ainda que a luz da natureza e as obras da criação e da providência manifestem a bondade, a sabedoria e o poder de Deus, de tal modo que os homens ficam indesculpáveis, contudo elas não são suficientes para dar aquele conhecimento de Deus e de sua vontade que é necessário à salvação; portanto aprouve ao Senhor, em vários momentos e de diversas maneiras, revelar-se, e declarar sua vontade a sua Igreja. E depois, para melhor preservar e propagar a verdade, e para o mais seguro estabelecimento e conforto da Igreja contra a corrupção da carne e a malícia de Satanás e do mundo, aprouve-lhe entregar a mesma para que fosse plenamente escrita. Isso torna a Sagrada Escritura totalmente indispensável, tendo agora cessado aquelas antigas formas de Deus revelar sua vontade a seu povo.

II. – Sob o nome de Sagrada Escritura, ou a Palavra de Deus escrita, incluem-se agora todos os livros do Velho e Novo Testamentos, os quais são:

Velho Testamento

Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Josué, Juízes, Rute, 1 Samuel, 2 Samuel, 1 Reis, 2 Reis, 1 Crônicas, 2 Crônicas, Esdras, Neemias, Ester, Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cântico dos Cânticos, Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel, Daniel, Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias.

Novo Testamento

Mateus, Marcos, Lucas, João, Os Atos dos Apóstolos, A Epístola de Paulo aos Romanos, 1 Coríntios, 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1 Tessalonicenses, 2 Tessalonicenses, 1 Timóteo, 2 Timóteo, Tito, Filemom, A Epístola aos Hebreus, A Epístola de Tiago, A Primeira e a Segunda Epístola de Pedro, A Primeira, Segunda e Terceira Epístola de João, A Epístola de Judas, e O Apocalipse.

Todos estes foram dados pela inspiração de Deus para serem a regra de fé e vida.

III. – Os livros comumente chamados de Apócrifos, não sendo de inspiração divina, não fazem parte do cânon da Escritura; e, portanto, não são de nenhuma autoridade na Igreja de Deus, nem de modo algum podem ser aprovados ou utilizados senão como meros escritos humanos.

IV. – A autoridade da Sagrada Escritura, pela qual ela deve ser crida e obedecida, não depende do testemunho de qualquer homem ou igreja, mas única e totalmente de Deus (que é a própria verdade), que é seu Autor; e, portanto, deve ser recebida, porque é a Palavra de Deus.

V. – Pelo testemunho da Igreja podemos ser movidos e induzidos a um elevado e reverente apreço pela Sagrada Escritura; e a sublimidade do conteúdo, a eficácia da doutrina, a majestade do estilo, a harmonia de todas as partes, a abrangência de seu todo (que é de dar a Deus toda a glória), a plena exposição que faz do único meio de salvação para o homem, as muitas outras excelências incomparáveis, e sua perfeição total, são argumentos pelos quais abundantemente se evidencia ser ela a Palavra de Deus. Não obstante, nossa plena persuasão e certeza de sua infalível verdade e divina autoridade provém da obra interna do Espírito Santo, que, pela Palavra e com a Palavra, testifica em nossos corações.

VI. – Todo o conselho de Deus, concernente a todas as coisas indispensáveis à sua glória, à salvação, fé e vida do ser humano, ou está expressamente registrado na Escritura, ou pode ser lógica e claramente deduzido dela; à qual nada, e em tempo algum, deve ser acrescentado, seja por novas revelações do Espírito, ou por tradições de homens. Não obstante, reconhecemos ser indispensável a iluminação interior do Espírito de Deus para o discernimento salvífico daquelas coisas que são reveladas na Palavra; e que há certas questões concernentes ao culto divino e ao governo da Igreja, comuns às ações e sociedades humanas, que têm de ser ordenadas de acordo com a luz da natureza e da prudência cristã, segundo as regras gerais da Palavra, as quais sempre devem ser observadas.

VII. – Nem todas as coisas são, em si mesmas, igualmente claras nas Escrituras, nem igualmente evidentes a todos; não obstante, aquelas coisas que precisam ser conhecidas, cridas e observadas para a salvação são tão claramente expostas e visíveis, em um ou outro lugar da Escritura, que não só os doutos, mas também os não instruídos, mediante o devido uso dos meios ordinários, podem alcançar uma compreensão suficiente delas.

VIII. – O Velho Testamento em hebraico (que era a língua nativa do povo de Deus dos tempos antigos), e o Novo Testamento em grego (que era a língua mais geralmente conhecida entre as nações no tempo em que o Novo Testamento foi escrito), sendo diretamente inspirados por Deus, e por seu singular cuidado e providência conservados puros ao longo de todos os séculos, são, portanto, autênticos; sendo assim, em todas as controvérsias religiosas, a Igreja deve apelar para elas como recurso final. Visto, porém, que essas línguas originais não são conhecidas a todo o povo de Deus, o qual tem direito e interesse nas Escrituras, e que deve, no temor de Deus, lê-las e pesquisá-las, esses livros, portanto, têm de ser traduzidos para a língua comum de cada nação onde chegam, a fim de que, a Palavra de Deus habitando abundantemente em todos, adorem a Deus de uma maneira aceitável, e pela paciência e pela consolação das Escrituras tenham esperança.

IX. – A regra infalível de interpretação da Escritura é a própria Escritura; e, portanto, quando houver alguma questão acerca do genuíno e pleno sentido de qualquer texto da Escritura (sentido que não é múltiplo, mas único), a mesma deve ser estudada e elucidada por outros textos que falem mais claramente.

X. – O Juiz Supremo, pelo qual todas as controvérsias religiosas devem ser determinadas, e todos os decretos de concílios, opiniões de escritores antigos, doutrinas de homens e espíritos particulares devem ser examinados, e em cuja sentença devemos descansar, não pode ser outro senão a Escritura Sagrada entregue pelo Espírito Santo; nesta Escritura assim entregue a nossa fé finalmente se resolve.
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OS VINTE E OITO ARTIGOS DA BREVE EXPOSIÇÃO DAS DOUTRINAS FUNDAMENTAIS DO CRISTIANISMO

Art. 3º - Da Natureza dessa Revelação 

As Escrituras Sagradas foram escritas por homens santos, inspirados por Deus, de maneira que as palavras que escreveram são as palavras de Deus(9). Seu valor é incalculável(10), e devem ser lidas por todos os homens(1).

(9) II Pe 1:19-21; (10) Rm 3:1,2. (1) Jo 5:39.

19 de junho de 2012

Céu: Deus Acolherá Seu Povo Com Júbilo Perene


J. I. Packer

"Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também." (Jo 14.1-3).

Céu, que tanto no hebraico como no grego é uma palavra que significa "firmamento", é o termo bíblico para casa ou morada de Deus (Sl. 33.13,14; Mt. 6.9), onde está seu trono (Sl. 2.4); o lugar de sua presença, ao qual o Cristo glorificado retornou (At. 1.11); onde a igreja militante e triunfante agora se unem para a adoração (Hb. 12.22-25); e onde um dia o povo de Cristo estará com seu Salvador para sempre (Jo. 17.5, 24; I Ts. 4. 16,17). Ele é retratado como um lugar de descanso (Jo. 14.2), uma cidade (Hb. 11.10), e um país (Hb.11.16). Em algum ponto do futuro, ao tempo da volta de Cristo para o juízo, ele tomará a forma de um cosmos reconstruído (II Pe. 3.13; Ap. 21.1).

Pensar no céu como um lugar é mais correto do que errado, embora a palavra possa iludir. O céu aparece na Escritura como uma realidade espacial que toca e interpenetra todo o espaço criado. Em Efésios, Paulo localiza no céu tanto o trono de Cristo à mão direita do Pai (Ef. 1.20) como as bênçãos espirituais e a vida ressurreta dos cristãos em Cristo (Ef. 1.3; 2.6). Os "lugares ou regiões celestiais" em Efésios 1. 3,20; 2.6; 3.10; e 6.12 é uma variante literária de "céu". Paulo alude a uma experiência no "terceiro céu" ou "paraíso"(II Co. 12. 2,4). Não há dúvida de que o céu do trono de Deus deve ser distinguido das regiões celestes ocupadas pelos poderes espirituais hostis (Ef. 6.12). Um corpo de ressurreição adaptado à vida no céu espera por nós (II Co. 5.1-8), e naquele corpo veremos o Pai e o Filho (Mt. 5.8; I Jo. 3.2). Mas, enquanto estamos em nossos corpos atuais, as realidades do céu são invisíveis e normalmente imperceptíveis a nós, e as conhecemos somente pela fé (II Co. 4.18; 5.7). Entretanto, nossa conexão com o céu e seus habitantes, o Pai, o Filho, o Espírito, os santos anjos, e os espíritos demoníacos nunca devem ser esquecidos: porquanto é uma questão de sólido fato espiritual.

A Escritura ensina-nos a formar nossa noção da vida no céu por (a) extrapolar da relação menos do que perfeita que temos agora com Deus o Pai, o Filho e o Espírito, com outros cristãos e com as coisas criadas para a idéia de uma perfeita relação, livre de toda limitação, frustração e fracasso; (b) eliminar de nossa idéia de uma vida vivida para Deus todas as formas de sofrimento, maldade, conflito e angústia, tais como as que experimentamos aqui na terra; e (c) enriquecer nossa imaginação com aquela felicidade futura, incluindo cada conceito de excelência e gozo natural que conhecemos. As visões da vida celestial em Apocalipse 7. 13-17 e 21. 1-22.5 aproximam-se de todas as três formas de concebê-la.

De acordo com a Escritura, a constante alegria da vida no céu para os remidos será originada de (a) sua visão de Deus na face de Jesus Cristo (Ap. 22.4); (b) sua contínua experiência do amor de Cristo, à medida que Ele lhes ministra (Ap. 7.17); (c) sua comunhão com os amados e com todo o corpo dos remidos; (d) o contínuo crescimento, amadurecimento, aprendizado, enriquecimento de capacidades e expansão de poderes que Deus tem em estoque para eles. O remido deseja todas estas coisas, e sem elas sua felicidade não pode ser completa. Mas no céu não haverá desejos insatisfeitos.

Haverá diferentes graus de bem-aventurança e recompensa no céu. Todos serão abençoados até o limite do que possam receber, mas as capacidades serão variáveis de acordo com o que fazem neste mundo. Quanto às recompensas (uma área em que a irresponsabilidde atual pode trazer pemanente perda futura: I Co. 3. 10-15), dois pontos precisam ser entendidos. O primeiro é que, quando Deus recompensa nossas obras, Ele está coroando seus próprios dons, pois foi somente pela graça que aquelas obras foram realizadas. O segundo é que a essência da recompensa em cada caso será acima do que os cristãos mais desejam, ou seja, um aprofundamento de sua relação de amor com o Salvador, que é a realidade para a qual aponta toda a imagética bíblica de coroas honoríficas, roupas e festas. A recompensa é semelhante à do namoro, com o enriquecimento da relação do mesmo amor por meio do casamento.

Assim, a vida na glória celestial compreende ver a Deus em e por meio de Cristo e ser amado pelo Pai e pelo Filho, descansar (Ap. 14.13) e trabalhar (7.15), louvar e adorar (7. 9,10; 19. 1-5), e comunhão com o Cordeiro e seus santos (19. 6-9).

E essa vida não cessará (Ap. 22.5). Sua eternidade é parte de sua glória; a continuidade infinita, podemos dizer, é a glória da glória.

Os corações na terra dizem no curso de uma jubilosa experiência: "Quero que isto nunca termine." Mas, invariavelmente, termina. Os corações dos que estão no céu dizem: "Quero que isto dure para sempre." E durará. Não pode haver melhor notícia que esta.

(Teologia concisa; síntese dos fundamentos históricos da fé cristã. São Paulo: Cultura Cristã, 1999, pp. 241-243.).

15 de junho de 2012

Hans Jonas e o Princípio da Responsabilidade: Uma Ética Para a Civilização Tecnológica


HANS JONAS E
O PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE: UMA ÉTICA PARA A CIVILIZAÇÃO TECNOLÓGICA

 Gilson Soares dos Santos

            A ética de Hans Jonas, que é a ética da responsabilidade (principalmente resposabilidade com a natureza), traz consigo a necessidade de um sujeito consciente que não é imediatista, não espera resultados a curto prazo. Sua ética busca alertar para a técnica moderna que trabalha tanto sobre a natureza não humana quanto sobre a natureza humana, porém sem refletir. Ele censura o abuso do domínio do homem sobre a natureza causando sua destruição. Por isso sua ética da responsabilidade vem, sobretudo, exigir que o homem contemporâneo, que nega o objeto do saber, entenda que "quando menos acreditamos na sabedoria, mais dela precisamos". Sua ética também conclama o homem a perceber que os resultados que desejamos a curto prazo podem trazer os prejuizos que chegarão a longo prazo. Por isso ele critica a ética do passado que preocupava-se apenas com o momento. O Princípio da Responsabilidade de Jonas é uma avaliação extremamente crítica da ciência moderna e de seu braço armado, a tecnologia.

Hans Jonas formula sua ética da responsabilidade recorrendo ao famoso canto do coral da Antígona, de Sófocles, e o poder do homem sobre a natureza. Porém, o domínio que o homem exerce sobre a natureza levou-o a violar essa mesma natureza, esquecendo-se que faz parte dela. Essa violação da natureza, no passado não significa para o homem uma violação, pois sua civilização (seu reino) era tão pequeno diante da grande extensão da natureza. Sua intervenção na natureza, em tempos passados, como ele próprio a via, era muito superficial e incapaz de prejudicar o equilíbrio natural. A interferência humana sobre esta natureza era mínima. Isto porque o homem utilizava-se de seus recursos apenas para extrair suas necessidades básicas, pois sua atividade era insignificante diante da estabilidade natural. Sendo assim, a Técnica que o homem possuía não se tornava preocupação no que diz respeito à interferência do andar natural. No entanto, o artefato das cidades, o processo das civilizações tomou proporções gigantescas, e aquela atitude inicial que segue uma trajetória de conquistas infinitas torna-se uma violação perigosa. O pequeno espaço criado pelo homem tornou-se a cidade dos homens. Para este homem, a natureza não era objeto da responsabilidade humana, pois cuidava de si mesma e ainda cuidava do homem. A ética tinha a ver com o momento, com o imediato, com a obra do homem, a maior dessas obras era a cidade. O homem cria o seu artefato (a cidade) que o caracteriza como ser social, ou seja, a capacidade de viver em sociedade lhe atribui tal característica. Era nisso que repousava a ética tradicional, condicionada ao agir humano.

            Hans Jonas critica as éticas tradicionais, julgando-as incompletas. Por quê? Porque o agir bem da ética tradicional estava condicionado ao outro, no relacionamento do homem com o homem, era o homem até então o principal objeto ético, sendo uma ética antropocêntrica. Todas as éticas tradicionais obedeciam as seguintes premissas: A condição humana, resultante da natureza do homem e das coisas, permanecia fundamentalmente imutável para sempre; Baseado nesse pressuposto, podia-se determinar com clareza e sem dificuldade o bem humano; O alcance da ação humana e de sua conseqüente responsabilidade estava perfeitamente delimitado. E a relação do homem com a natureza? Sendo excludente, a ética tradicional é conceituada pelo autor como sendo incompleta. Além do mais, apresentava que o bem e o mal, com o qual o homem tem que se preocupar, evidenciava-se na ação. A ética era bem mais prática, sem teorias, sem refletir. O agir bem era imediatista, não havia uma reflexão quanto ao futuro. Para que o homem soubesse se sua ação era boa ou má era somente esperar os resultados desse contexto de curto prazo.

            Jonas formula sua ética da responsabilidade. Aponta que a visão antropocêntrica e voltada para o imediato foi mudada drasticamente com a moderna intervenção tecnológica, que coloca a natureza para uso humano e passível de ser alterada radicalmente. A natureza é vulnerável, isso fica evidente no Século XX. Assim, para ele, o homem passou a manter com a natureza uma relação de responsabilidade, pois ela se encontra sob seu domínio. O homem detém o poder sobre a natureza, por isso deve ser responsável sobre ela. Para que haja responsabilidade é preciso existir um sujeito consciente.

            Hans Jonas, porém alerta para que a responsabilidade com a natureza e a preservação não estejam ligadam à ética utilitária. Não devemos preservar a natureza com interesses utilitários. E ele (Jonas) nos dá o exemplo de que “não matar a galinha dos ovos de ouro por causa dos ovos de ouro, é utilitário”. Se a ética é utilitária, continua sendo antropocêntrica. Se o interesse em preservar a natureza é interesse moral, a orientação antropocêntrica é mantida.

            A vocação humana tornou-se puramente tecnológica. A máquina assume um papel mais significativo do que o próprio homem. Não é mais o homo sapiens que está em cenário, é sim o homo faber. Assistimos a máquina assumindo as atividades humanas. Sempre e em todo lugar, o aparato tecnológico está presente e tem peso decisivo.

            A mudança tecnológica interfere em nossos atos e o efeito não é somente para aquele momento. Pode interferir em nossas vidas ou na vida do outro. A responsabilidade de cada ser humano para consigo mesmo é indissociável daquela que se deve ter em relação a todos os demais. E é preciso pensar e refletir que o uso desenfreado da tecnologia, da máquina, que traz resultados urgentes, não vale os prejuízos que acarretarão no futuro.

            É preciso haver controle. O saber técnico deve ser acompanhado de um saber previdente. É importante reconhecer o ser e ter o dever. É preciso reconstruir a responsabilidade que é boa por si mesma

  
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

JONAS, Hans. Princípio da responsabilidade: ensaio de uma ética para a civilização tecnológica. Rio de Janeiro: PUC - Rio, 2006.