O Pr. Gilson Soares dos Santos é casado com a Missionária Selma Santos, tendo três filhos: Micaelle, Álef e Michelle. É servo do Senhor Jesus Cristo, chamado com santa vocação. Bacharel em Teologia pelo STEC (Seminário Teológico Evangélico Congregacional), Campina Grande/PB; Graduado em Filosofia pela UEPB (Universidade Estadual da Paraíba); Pós-Graduando em Teologia Bíblica pelo CPAJ/Mackenzie (Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper). Professor de Filosofia e Teologia Sistemática no STEC. Professor de Teologia Sistemática no STEMES, em Campina Grande - Paraíba. Pastor do Quadro de Ministros da Aliança das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil (AIECB). Pastoreou a Igreja Evangélica Congregacional de Cuité/PB, durante 15 anos (1993-2008). Atualmente é Pastor Titular da Igreja Evangélica Congregacional em Areia - Paraíba.

28 de janeiro de 2017

É pecado o homem usar cabelos compridos? Eles respondem

É PECADO O HOMEM USAR CABELOS COMPRIDOS? ELES RESPONDEM

Pr. Gilson Soares dos Santos

Em I Coríntios 11.14 encontramos a seguinte pergunta retórica do apóstolo Paulo:

“Ou não vos ensina a própria natureza ser desonroso para o homem usar cabelo comprido?” (ARA)

“Ou não vos ensina a mesma natureza que é desonra para o varão ter cabelos crescidos?” (ARC)

“A própria natureza das coisas não lhes ensina que é uma desonra para o homem ter cabelo comprido?” (NVI)

“Pois a própria natureza ensina que o cabelo comprido é uma desonra para o homem” (NTLH).

Tal versículo suscita a pergunta: é pecado o homem usar cabelo comprido? Resolvi fazer essa pergunta a diversos teólogos e intérpretes dos textos bíblicos. Não os encontrei pessoalmente, é claro. A pergunta foi feita e as respostas são procedentes das obras publicadas por estes homens. No rodapé coloquei as referências a fim de que você também, querido (a) leitor (a), possa consultar.

Vamos aprender com as respostas deles.

I_ PERGUNTA FEITA A JOHN MACARTHUR JR.

Pr. Gilson Soares: Segundo o texto de I Coríntios 11.14, é pecado o homem usar cabelos compridos? Pois o apóstolo usa o termo “natureza”. O que isto quer dizer?

John MacArthur: O termo pode transmitir a ideia de uma consciência humana básica, isto é, de um senso inato daquilo que é normal e certo. O hormônio masculino, a testosterona, apressa a perda de cabelo nos homens. O estrogênio faz que o cabelo da mulher cresça mais e durante mais tempo. Raramente a mulher é calva, não importa qual seja sua idade. Isto se reflete psicologicamente, na maioria das culturas, no costume de cabelos mais longos para a mulher. Deus deu à mulher o cabelo como um véu para mostrar ternura, delicadeza e beleza.[1]

II_ PERGUNTA FEITA A LEON MORRIS

Pr. Gilson Soares: Segundo o texto de I Coríntios 11.14, é pecado o homem usar cabelos compridos? Pois o apóstolo usa o termo “natureza”. O que isto quer dizer?

Leon Morris: Cabelo comprido, arrazoa o apóstolo, é uma “vergonha” (AV) para o homem (ARA: é desonroso.). Esta situação não fora universal. Alguns entre os antigos gregos, notadamente os espartanos, e alguns filósofos, tinham tido cabelo comprido. Mas, falando em termos gerais, o que Paulo diz valia para a humanidade. As exceções eram locais e temporárias. Certamente se usava na Corinto do primeiro século e nos lugares conhecidos pelos homens que viviam lá, ou senão, Paulo jamais teria firmado desse modo o seu apelo. Em contraste, cabelo comprido é uma glória para a mulher. O comprimento preciso não é especificado, e não é importante. O cabelo da mulher é mais longo do que o do homem, e o é distintamente.[2].

III_ PERGUNTA FEITA A D. A. CARSON (e mais R. T. France, J. a. Motyer, G. J. Wenham)

Pr. Gilson Soares: Segundo o texto de I Coríntios 11.14, é pecado o homem usar cabelos compridos? Pois o apóstolo usa o termo “natureza”. O que isto quer dizer?

D. A. Carson: No século I acreditava-se que a natureza determinava as questões culturais. Sem dúvida Paulo também usa esse argumento no ensino do AT, em que se insistia na polarização dos sexos. Um homem de cabelos compridos era algo vergonhoso. Já se argumentou que há estátuas antigas de homens com cabelos longos, mas essa era a forma como os deuses eram representados, e não os homens.[3].

IV_ PERGUNTA FEITA A JOÃO CALVINO

Pr. Gilson Soares: Segundo o texto de I Coríntios 11.14, é pecado o homem usar cabelos compridos? Pois o apóstolo usa o termo “natureza”. O que isto quer dizer?

João Calvino: No tempo em que Paulo escrevia estas palavras, a pratica de cortar o cabelo não havia ainda sido adotada na Gália ou na Germânia. Sim, e mais que isso, certamente teria sido algo desastroso para os homens - tanto quanto para as mulheres - terem seus cabelos tosquiados ou cortados. Mas, visto que os gregos não consideravam ser muito viril ter cabelos longos, o que caracterizava os que eram tidos na conta de efeminados, ele considera como sendo conforme a natureza um costume que viera para ser confirmado.[4]

V_ PERGUNTA FEITA AOS COMENTADORES DO COMENTÁRIO BÍBLICO BEACON

Pr. Gilson Soares: Segundo o texto de I Coríntios 11.14, é pecado o homem usar cabelos compridos? Pois o apóstolo usa o termo “natureza”. O que isto quer dizer?

Editores do Beacon: Geralmente, ter cabelos longos era considerado inapropriado para um homem, Especialmente com a perversão sexual que havia em Corinto, “o cabelo longo faria um homem se parecer muito com uma mulher e traria, dessa forma, uma correspondente ‘desonra’ sobre ele”. A situação é exatamente oposta em relação à mulher: Ter a mulher cabelo crescido lhe é honroso, porque o cabelo lhe foi dado em lugar de véu. Por natureza, a mulher recebeu uma cobertura que, na verdade, é um véu. Godet comenta que o cabelo longo e farto “é um símbolo natural da reserva e da modéstia, o mais belo ornamento da mulher”.[5].

VI_ PERGUNTA FEITA AOS EDITORES DO COMENTÁRIO BÍBLICO BROADMAN

Pr. Gilson Soares: Segundo o texto de I Coríntios 11.14, é pecado o homem usar cabelos compridos? Pois o apóstolo usa o termo “natureza”. O que isto quer dizer?

Editores do Broadman: Segue-se um apelo à natureza. Porque Paulo acha que a natureza ensina que é degradante para o homem usar cabelo longo não está claro. Nem está claro por que a natureza ensina que cabelo longo é a glória da mulher. Na natureza, a constituição da realidade, diz Paulo, o cabelo longo pertence à mulher, e não ao homem.[6].

VII_ PERGUNTA FEITA A RUSSEL N. CHAMPLIN

Pr. Gilson Soares: Segundo o texto de I Coríntios 11.14, é pecado o homem usar cabelos compridos? Pois o apóstolo usa o termo “natureza”. O que isto quer dizer?

Champlin: Naturalmente, Paulo poderia estar fazendo um apelo à naturezainteiramente à parte dos costumes sociais, o que, para ele, refletia necessariamente a maneira da natureza operar, e a sua afirmação seria então: Cabelos curtos para os homens; cabelos longos para as mulheres. Contudo, os versículos décimo terceiro e décimo quarto formam um par inseparável. O primeiro apela para o senso de propriedade, com base nos costumes sociais, e o segundo apela à natureza, presumivelmente confirmada pelos costumes sociais prevalentes. Seja como for, o argumento de Paulo, tanto no que tange a natureza como no que concerne aos costumes sociais, é sólido, ainda que não seja universalmente confirmado, e ainda que não seja perfeito em qualquer sentido, e nem totalmente convincente.

Pr. Gilson Soares: Explique melhor.

Champlin: Façamos aqui algumas considerações sobre a natureza. A lei e a luz da natureza se manifestam na razão e na intuição humanas, e isso é confirmado pela sociedade em sua conduta diária. Homens de várias nações, nos tempos de Paulo, usavam os cabelos compridos, como, por exemplo, os samaritanos e os lacedemônios (uma das divisões raciais da Grécia), sem falarmos nos outros gregos de épocas mais remotas, conforme a Ilíada de Homero o comprova, visto que ele chama certos homens de gregos de cabelos longos, Aqueanos de cabelos longos. A maioria dos comentadores concorda, entretanto, que ao tempo de Paulo os judeus, exceto aqueles que faziam o voto do nazireado, usavam os cabelos relativamente curtos. [...] Os gregos em geral usavam os cabelos curtos para os homens, e os hebreus seguiam a mesma norma; e isso deve ter sido suficiente para Paulo estabelecer esse ponto, embora não seja provável que ele tenha apelado para a natureza inteira, à parte das evidências dos costumes sociais vigentes. Os cabelos curtos para os homens certamente e um preceito calcado no pensamento de que os cabelos longos formam uma espécie de véu natural (ver o versículo seguinte). Por isso, um homem deve evitar usar cabelos longos, já.que não deve andar velado, pelas razoes dadas na exposição relativa ao quarto versículo deste capitulo.[7].

VIII_ PERGUNTA FEITA A PAUL W. MARSH

Pr. Gilson Soares: Segundo o texto de I Coríntios 11.14, é pecado o homem usar cabelos compridos? Pois o apóstolo usa o termo “natureza”. O que isto quer dizer?

Marsh: Um apelo final fundamentado no sentimento geral de decência da humanidade instilado pela ‘própria natureza, é apropriado'. i.é., adequado, natural, ‘é uma desonra para o homem ter cabelo comprido'. Paulo argumenta dentro dos limites de sua localização e tempo. Culturas diferentes têm conceitos diferentes acerca do que é conveniente, mas como generalização a afirmação ainda é verdadeira. A maioria dos homens, orientais ou ocidentais, usa o cabelo curto em contraste com o das mulheres.[8]

IX_ PERGUNTA FEITA AOS COMENTADORES DO COMENTÁRIO BÍBLICO AFRICANO (Adeyemo – Editor)

Pr. Gilson Soares: Segundo o texto de I Coríntios 11.14, é pecado o homem usar cabelos compridos? Pois o apóstolo usa o termo “natureza”. O que isto quer dizer? E como isto se aplicaria no contexto africano?

Adeyemo: Paulo apela para o julgamento deles sobre que comportamento seria considerado natural dentro do contexto geográfico e histórico em que ele está escrevendo. Os coríntios teriam considerado ofensivo o uso de cabelos compridos para um homem, mas o admirariam numa mulher. Isso ainda é, de modo geral, verdadeiro na cultura africana, e, nesse caso, o argumento tem relevância hoje.

Pr. Gilson Soares: Qual o comportamento da igreja africana sobre a questão de cabelos longos para os homens?

Adeymo: A igreja não deveria rotular tal comportamento como algo que assinale a salvação ou não de alguma pessoa. Os jovens cristãos devem ser encorajados a pensar se esse, assim como todos os outros aspectos de seu comportamento, contribui para a construção ou para a destruição do reino de Deus em seu próprio ambiente ou época. Os jovens não devem adotar costumes simplesmente porque foram expostos a eles, mas devem procurar glorificar a Deus permitindo que ele use seu exemplo para expandir sua lei na vida de outros. Para muitos, isso significa vestir-se de modo que não choque os outros, desviando-os de Cristo.[9]

X_ PERGUNTA FEITA A NORMAN GEISLER

Pr. Gilson Soares: Segundo o texto de I Coríntios 11.14, é pecado o homem usar cabelos compridos? Pois o apóstolo usa o termo “natureza”. O que isto quer dizer?

Norman Geisler: Essa é uma passagem difícil, e os comentaristas não concordam entre si quanto ao seu sentido. Mas há duas maneiras pelas quais podemos entendê-la.[10]

Pr. Gilson Soares: Quais são essas duas maneiras?

Norman Geisler: Entendendo a natureza subjetivamente e entendendo a natureza objetivamente.

·         Entendendo a natureza subjetivamente. Nesse sentido, "natureza" denota sentimentos instintivos ou um sentido intuitivo quanto ao que seja apropriado. Isso certamente pode ser afetado por hábitos e práticas culturais. Se esse é o sentido da passagem, então a afirmativa de Paulo significa mais ou menos o seguinte: "Os vossos próprios costumes não vos ensinam que o cabelo comprido é desonroso para o homem?" Essa interpretação é difícil de se justificar, em termos do significado normal da palavra "natureza" (pliusis), a qual no NT tem um sentido muito mais forte do que "costumes" (cf. Rm 1:16; 2:14).[11]

·         Entendendo a natureza objetivamente. Nesse sentido, "natureza" significa a ordem das leis naturais. Paulo fala do homossexualismo como sendo "contra a natureza" (Rm 1:26), e fala que os gentios têm conhecimento - do que é certo e do que é errado - "pela natureza", isto é, pela "lei escrita em seus corações" (Rm 2:15). Nesse sentido, ele está dizendo algo assim: "Até mesmo os pagãos, que não têm nenhuma revelação especial, ainda assim têm uma inclinação natural para distinguir os sexos por meio do comprimento do cabelo, as mulheres geralmente tendo um cabelo mais cheio e mais comprido".[12]

Pr. Gilson Soares: Continue...

Norman Geisler: Os seres humanos instintivamente distinguem os sexos de diversos modos, dos quais um é o comprimento do cabelo. Há exceções decorrentes da necessidade (saúde, segurança), da perversidade (homossexualismo) ou de uma prática de santidade (o voto de nazireu). Mas essas somente servem para provar a regra geral que se baseia na tendência natural de se diferenciar os sexos com base no comprimento do cabelo. Com certeza, nenhum padrão absoluto do que seja um cabelo "comprido" estaria na mente de Paulo. Isso variaria de acordo com a cultura. O ponto principal era permitir a distinção entre os sexos. Foi por essa razão que o AT também proibiu o homem de vestir-se como a mulher (Dt 22:5), uma prática que daria margem a toda sorte de impropriedades, tanto de ordem social como moral.[13]

Concluindo

Querido (a) leitor (a), ficam as respostas dadas por esses homens de Deus sobre o texto de I Coríntios 11.14. Cabe a você ler, examinar e reter o que é bíblico e coerente com o viver cristão nessa geração.



[1]  MACARTHUR, John. I Coríntios: A solução de Deus para os problemas da igreja. Série Estudos Bíblicos John MacArthur. Trad. Heloísa Cavallari. São  Paulo: Cultura Cristã. 2011. P.57-58.
[2]  MORRIS, Leon. I Coríntios: série introdução e comentário. Trad. Odayr Olivetti. São Paulo: Vida Nova e Mundo Cristão. 1986. P.125
[3]  CARSON, D. A. et al. Comentário Bíblico Vida Nova. São Paulo: Vida Nova. 2009. P.1772.
[4]  CALVINO, João. I Coríntios. Trad. Valter Graciano Martins. São Bernardo do Campo: Edições Parakletos. 2003. P.339-340.
[5]  GREATHOUSE, William M. et al. Comentário Bíblico Beacon. Rio de Janeiro: CPAD. 2006. P.327
[6]  ELLEN, Clifton J. (Editor). Comentário Bíblico Broadman – Atos a I Coríntios. Vol. 10. Rio de Janeiro: JUERP. 1994. P.414
[7]  CHAMPLIN, Russel N. O Novo Testamento, interpretado versículo por versículo – Vol IV – I Coríntios a Éfeso. São Paulo: CANDEIA. 1995. P.175
[8]  BRUCE, F. F. (org.) Comentário Bíblico NVI – Antigo e Novo Testamentos. São Paulo: Vida. 2009. P.1903.
[9]  ADEYEMMO, Tokunboh (editor). Comentário Bíblico Africano. São Paulo: Mundo Cristão. 2010. P.1426.
[10]  GEISLER, Norman. HOWE, Thomas. Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e “contradições” da Bíblia.  São Paulo: Mundo Cristão. 2009. P.465
[11]  Idem. p.466.
[12]  Idem.
[13]  Idem.

21 de janeiro de 2017

Questões Éticas: O cristão e a responsabilidade social


QUESTÕES ÉTICAS: O CRISTÃO E A RESPONSABILIDADE SOCIAL

Pr. Gilson Soares dos Santos

     Escrevendo sobre a responsabilidade social, Norman Geisler, no seu trabalho sobre Ética Cristã, nos traz os seguintes pontos:

·         As Escrituras deixam claro que o homem é responsável por seu próximo e esta responsabilidade “se estende às responsabilidades sociais bem como às espirituais. [...] é aparente em todas as partes da Escritura que os homens realmente têm uma responsabilidade diante dos outros”[1].
·         Essa responsabilidade envolve o amor. E esse amor se estende à totalidade da pessoa, ou seja, “o homem é mais que uma alma destinada para outro mundo, é também um corpo que vive neste mundo. [...] Logo, a fim de amar ao homem conforme ele é – o homem total – é necessário ter uma solicitude acerca das suas responsabilidades sociais, bem como das suas necessidades espirituais”[2].

     Geisler ainda pontua as responsabilidades específicas dos cristãos da seguinte maneira:

2.1 – A Responsabilidade pelos seus

a)    Prover para si mesmo: “Há um sentido em que o amor-próprio está na própria base da responsabilidade social. O homem deve amar o seu próximo como a si mesmo”.[3]. (Leia Ef 5.29; I Ts 4.11,12; II Ts 3.7,8)

b)    Provendo para sua família (Leia I Tm 5.8,16)

c)    Provendo para seus irmãos crentes (Leia Gl 6.9,10; Rm15:26; 1 Jo 3:17; Tg 2.15,16; I Jo 4.20; Jo 13.35; At 2.44,45; At 4.34,35; At 6.1-4; I Tm 5.9).

2.2 – A responsabilidade social para com todos os homens

     Iremos pontuar aqui o que escreveu Norman Geisler, em seu livro sobre Ética Cristã, naquilo que tange à responsabilidade social para com todos os homens:[4]

a)    A responsabilidade social pelos pobres:Jesus disse: "Os pobres sempre os tendes convosco..." (Mt 26:11). Com isto, descreveu a inevitabilidade da pobreza como um fenômeno social, não sua desejabilidade. De fato, Jesus disse: "Ao dares um banquete, convida os pobres .... e serás bem-aventurado, pelo fato de não terem com que recompensar-te" (Lc 14:13-14). A um homem cujo pecado era o amor ao dinheiro, Jesus disse: "Uma coisa ainda te falta: vende tudo o que tens, dá aos pobres..." (Lc 18:22). Quando Zaqueu se converteu, disse: "Senhor, resolvo dar aos pobres a metade dos meus bens." (Lc 19:8). [...] A primeira igreja em Jerusalém pediu a Paulo "que nos lembrássemos dos pobres," disse ele, "o que também me esforcei por fazer" (Gl 2:10). Em cumprimento desta incumbência, Paulo escreveu: "Por que aprouve à Macedônia e a Acaia levantar uma coleta em benefício dos pobres dentre os santos que vivem em Jerusalém" (Rm 15:26). Até antes deste tempo, quando havia fome em Jerusalém, "Os discípulos , cada um conforme as suas posses, resolveram enviar socorro aos irmãos que moravam na Judeia" (At 11:29). Era uma parte tomada por certa da responsabilidade cristã, desde os primórdios, que os que podiam deviam dar aos pobres. Que Deus tem cuidado especial com os pobres é ensinado também no livro de Tiago (cf. 2:5). [...] A lei de Moisés ordenava que os cantos e as respigas dos campos fossem deixados para os pobres e estrangeiros (Lv 19:9). Era ordenado, ainda mais: "Se teu irmão empobrecer, e as suas forças decaírem, então sustentá-lo-ás" (Lv 25:35; cf. Dt 15:15). Uma bênção especial é prometida aos que dão aos pobres: "Quem se compadece do pobre ao SENHOR empresta, e este lhe paga o seu benefício" (Pv 19:17). Outra vez: "Bem-aventurado o selecionados para julgamento específico. O salmista disse: "Sei que o SENHOR manterá a causa do oprimido, e o direito do necessitado" (140:12). Os profetas eram campeões dos pobres. Isaías escreveu: "Ai dos que decretam leis injustas, dos que escrevem leis de opressão, para negarem justiça aos pobres, para arrebatarem o direito aos aflitos do meu povo..." (10:1-2). Amós advertiu: "Ouvi isto, vós que tendes gana contra o necessitado, e destruís os miseráveis da terra ... Jurou o SENHOR pela glória de Jacó: Eu não me esquecerei de todas as suas obras para sempre" (8:4, 7).”[5]

b)    A responsabilidade social às viúvas e aos órfãos: “As Escrituras têm numerosas referências às viúvas e aos órfãos. Deus disse: "A nenhuma viúva nem órfão afligireis. Se de algum modo os afligirdes, e eles clamarem a mim, eu lhes ouvirei o clamor" (Êx 22:22,23). Havia uma proibição contra tomar em penhor a roupa da viúva (Dt 24:17). Quando os campos eram segados, todos os feixes de espigas esquecidos deviam ser deixados para as viúvas e os órfãos (Dt 24:19). Cada terceiro ano o dízimo dos produtos era dado às viúvas, aos órfãos, e aos estrangeiros (Dt 26:12-13). [..] Em síntese, Deus pronunciou uma bênção especial aos necessitados (cf. Sl 146:9), uma maldição sobre os que os exploravam (Dt 27:19), e uma obrigação a todos no sentido de sustentá-los. [...] O Novo Testamento, também, ressalta a obrigação social do cristão aos órfãos e às viúvas. Jesus advertiu, "Guardai-vos dos escribas ... que devoram a casa das viúvas ..." (Marcos 12:40). Jesus selecionou uma viúva para atenção especial por causa da sua oferta sacrificial (Lc 21: 2). A igreja primitiva ministrava às viúvas (At 6:1), e Paulo lembrou a Timóteo: "Honra as viúvas verdadeiramente viúvas" (1 Tm 5: 3). A igreja tinha um rol de assistência social para viúvas que eram velhas demais para trabalhar, ou que não podiam casar-se de novo (1 Tm 5:9-10). Talvez a passagem mais enfática no Novo Testamento sobre este assunto seja a que se acha no livro de Tiago, onde está escrito: "A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações ..." (Tiago 1: 27). O conceito bíblico de "visitar" significava muito mais do que passar por ali; significava ajudar a aliviar sua aflição. A não ser que alguém esteja fazendo isto, diz Tiago, sua religião não é pura.”[6].

2.3 – Outras responsabilidades sociais

     O bom estudante de Ética Cristã deve também pesquisar sobre as seguintes responsabilidades sociais:

a)    A responsabilidade social aos escravos e oprimidos.
b)    A responsabilidade social aos soberanos e governantes.

Encerrando nosso assunto sobre responsabilidade social, orientamos nossos estudantes a fazerem uma pesquisa para uma compreensão mais profunda sobre O PACTO DE LAUSANNE, o qual destaca muito bem a responsabilidade social da igreja.





[1]  GEISLER, Norman L. Ética Cristã: Alternativas e Questões Contemporâneas. São Paulo: Vida Nova. 2001. p.153.
[2]  GEISLER, Norman L. Ética Cristã: Alternativas e Questões Contemporâneas. São Paulo: Vida Nova. 2001. p.154.
[3]  GEISLER, Norman L. Ética Cristã: Alternativas e Questões Contemporâneas. São Paulo: Vida Nova. 2001. p.155.
[4]  GEISLER, Norman L. Ética Cristã: Alternativas e Questões Contemporâneas. São Paulo: Vida Nova. 2001. p.156-157
[5]  GEISLER, Norman L. Ética Cristã: Alternativas e Questões Contemporâneas. São Paulo: Vida Nova. 2001. p.157.
[6]  GEISLER, Norman L. Ética Cristã: Alternativas e Questões Contemporâneas. São Paulo: Vida Nova. 2001. p.157.

12 de janeiro de 2017

13 referências bíblicas para o crente não ter parascavedecatriafobia


13 REFERÊNCIAS BÍBLICAS PARA O CRENTE NÃO TER PARASCAVEDECATRIAFOBIA


Pr. Gilson Soares dos Santos

“12 Uma palavra se me disse em segredo; e os meus ouvidos perceberam um sussurro dela. 13 Entre pensamentos de visões noturnas, quando profundo sono cai sobre os homens, 14 sobrevieram-me o espanto e o tremor, e todos os meus ossos estremeceram. 15 Então, um espírito passou por diante de mim; fez-me arrepiar os cabelos do meu corpo.”

INTRODUÇÃO

1_ A “Sexta-Feira 13”

A_ Quando o dia 13 de qualquer mês cai numa sexta-feira é popularmente considerado um dia de azar.

B_ Existem pessoas que tem um medo mórbido de sexta-feira 13.

C_ “O medo específico da sexta-feira 13 (fobia) é chamado de parascavedecatriafobia ou frigatriscaidecafobia.” (Wikipédia: sexta-feira 13 - https://pt.wikipedia.org/wiki/Sexta-Feira_13 acesso em 12/01/2017).

2_ A origem da superstição sobre a Sexta-Feira 13

A_ O número 13, para muitos, é considerado um número de má sorte.

B_ A sexta-feira é também considerada, por muitos, como um dia de azar.

·         Porque Jesus foi crucificado num sexta-feira.

C_ Quando se une um número de má sorte com um dia de azar, então, para muitos, tem-se um dia que traz muita coisa ruim.

3_ Eventos ligados à sexta-feira 13

A_ Existem muitos eventos históricos e pseudo-históricos que estão ligados à sexta-feira 13.

·         Foi em uma sexta-feira 13 de dezembro de 1968 que o governo militar aprovou o AI-5, o pior dos atos institucionais da ditadura militar brasileira.
·         Foi em uma sexta-feira 13 que foi criado o vírus de computador chamado Jerusalém, que diminuía a velocidade dos computadores em 90%, por isso ele foi chamado posteriormente de vírus sexta-feira 13.
·         O pior incêndio de florestas na história da Austrália ocorreu em uma sexta-feira 13 de 1939, onde aproximadamente 20 mil quilômetros de terra foram queimados e 71 pessoas morreram.
·         A queda do avião que levava a equipe uruguaia de rúgbi nos Andes foi em uma sexta-feira 13 de 1972. Os acontecimentos neste acidente deram origem ao livro Sobreviventes: a Tragédia dos Andes, de Piers Paul Read, e ao filme Alive (Vivos) de 1993 com direção de Frank Marshall (Resgate Abaixo de Zero).
·         Sexta-feira 13 de Novembro de 2015 foi um dia triste para a história da França devido aos 7 ataques terroristas, em Paris, que mataram cerca de 130 pessoas e feriram cerca de 400.

4_ Nosso objetivo

A_ Vamos apresentar 13 referências bíblicas para o crente não ter medo da sexta-feira 13

PROPOSIÇÃO: 13 REFERÊNCIAS BÍBLICAS PARA O CRENTE NÃO TER MEDO DA SEXTA-FEIRA 13

I_ PRIMEIRA REFERÊNCIA: SALMO 91.1-7

“1 O que habita no esconderijo do Altíssimo e descansa à sombra do Onipotente 2 diz ao Senhor: Meu refúgio e meu baluarte, Deus meu, em quem confio. 3 Pois ele te livrará do laço do passarinheiro e da peste perniciosa. 4 Cobrir-te-á com as suas penas, e, sob suas asas, estarás seguro; a sua verdade é pavês e escudo. 5 Não te assombrarás do terror noturno, nem da seta que voa de dia, 6 nem da peste que se propaga nas trevas, nem da mortandade que assola ao meio-dia. 7 Caiam mil ao teu lado, e dez mil, à tua direita; tu não serás atingido”. (Sl 91.1-7)

II_ SEGUNDA REFERÊNCIA: SALMO 121.5-8

‘5 O SENHOR é quem te guarda; o SENHOR é a tua sombra à tua direita. 6 De dia não te molestará o sol, nem de noite, a lua. 7 O SENHOR te guardará de todo mal; guardará a tua alma. 8 O SENHOR guardará a tua saída e a tua entrada, desde agora e para sempre.”

III_ TERCEIRA REFERÊNCIA: JÓ 5.17-22

“17 Bem-aventurado é o homem a quem Deus disciplina; não desprezes, pois, a disciplina do Todo-Poderoso. 18 Porque ele faz a ferida e ele mesmo a ata; ele fere, e as suas mãos curam. 19 De seis angústias te livrará, e na sétima o mal te não tocará. 20 Na fome te livrará da morte; na guerra, do poder da espada. 21 Do açoite da língua estarás abrigado e, quando vier a assolação, não a temerás. 22 Da assolação e da fome te rirás e das feras da terra não terás medo.”.

IV_ QUARTA REFERÊNCIA: SALMO 27.1-3

“1 O SENHOR é a minha luz e a minha salvação; de quem terei medo? O SENHOR é a fortaleza da minha vida; a quem temerei? 2 Quando malfeitores me sobrevêm para me destruir, meus opressores e inimigos, eles é que tropeçam e caem. 3 Ainda que um exército se acampe contra mim, não se atemorizará o meu coração; e, se estourar contra mim a guerra, ainda assim terei confiança.”.

V_ QUINTA REFERÊNCIA: SALMO 46.1,2

‘1 Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações. 2 Portanto, não temeremos ainda que a terra se transtorne e os montes se abalem no seio dos mares;”.

VI_ SEXTA REFERÊNCIA: SALMO 112.1-7

1 Aleluia! Bem-aventurado o homem que teme ao SENHOR e se compraz nos seus mandamentos. 2 A sua descendência será poderosa na terra; será abençoada a geração dos justos. 3 Na sua casa há prosperidade e riqueza, e a sua justiça permanece para sempre. 4 Ao justo, nasce luz nas trevas; ele é benigno, misericordioso e justo. 5 Ditoso o homem que se compadece e empresta; ele defenderá a sua causa em juízo; 6 não será jamais abalado; será tido em memória eterna. 7 Não se atemoriza de más notícias; o seu coração é firme, confiante no SENHOR..

VII_ SÉTIMA REFERÊNCIA: ISAÍAS 43.2

“2 Quando passares pelas águas, eu serei contigo; quando, pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti.”

VIII_ OITAVA REFERÊNCIA: SALMO 34.6-8

“6 Clamou este aflito, e o SENHOR o ouviu e o livrou de todas as suas tribulações. 7 O anjo do SENHOR acampa-se ao redor dos que o temem e os livra. 8 Oh! Provai e vede que o SENHOR é bom; bem-aventurado o homem que nele se refugia.”.

IX_ NONA REFERÊNCIA: PROVÉRBIOS 3.21-26

“21 Filho meu, não se apartem estas coisas dos teus olhos; guarda a verdadeira sabedoria e o bom siso; 22 porque serão vida para a tua alma e adorno ao teu pescoço. 23 Então, andarás seguro no teu caminho, e não tropeçará o teu pé. 24 Quando te deitares, não temerás; deitar-te-ás, e o teu sono será suave. 25 Não temas o pavor repentino, nem a arremetida dos perversos, quando vier. 26 Porque o SENHOR será a tua segurança e guardará os teus pés de serem presos.”

X_ DÉCIMA REFERÊNCIA: I JOÃO 5.18

“18 Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive em pecado; antes, Aquele que nasceu de Deus o guarda, e o Maligno não lhe toca.”.

XI_ DÉCIMA PRIMEIRA REFERÊNCIA: HEBREUS 1.13,14

‘13 Ora, a qual dos anjos jamais disse: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por estrado dos teus pés? 14 Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para serviço a favor dos que hão de herdar a salvação?”

XII_ DÉCIMA SEGUNDA REFERÊNCIA: II SAMUEL 2.6-9

“6 O Senhor é o que tira a vida e a dá; faz descer à sepultura e faz subir. 7 O SENHOR empobrece e enriquece; abaixa e também exalta. 8 Levanta o pobre do pó e, desde o monturo, exalta o necessitado, para o fazer assentar entre os príncipes, para o fazer herdar o trono de glória; porque do SENHOR são as colunas da terra, e assentou sobre elas o mundo. 9 Ele guarda os pés dos seus santos, porém os perversos emudecem nas trevas da morte; porque o homem não prevalece pela força”.

XIII_ DÉCIMA TERCEIRA REFERÊNCIA: NÚMEROS 6.24-26

“24 O SENHOR te abençoe e te guarde; 25 o SENHOR faça resplandecer o rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; 26 o SENHOR sobre ti levante o rosto e te dê a paz.”

CONCLUSÃO

A_ São inúmeras as referências bíblicas que nos apresentam o Deus Todo Poderoso mantendo o controle sobre nossas vidas.

B_ Quando Deus permite, seja para provar a fé de um crente, seja para corrigi-lo, as aflições virão e não escolherão um dia.

C_ Jó foi provado, sofreu todas aquelas lutas e dores e a Bíblia não mostra que houve um dia escolhido para aquilo.

D_ Só precisamos estarmos revestidos de toda armadura de Deus para resistir no dia mau (Efésios 6.13:

“13 Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis.”.