Certamente você já ouviu falar em “serial killer”. "Serial killer" é o assassino em série, aquele que mata por matar. Seu comportamento é matar o máximo possível de pessoas. Mas será que você já ouviu falar em “serial kisser”? Certamente. Então vale relembrar: O “serial kisser” é o beijoqueiro em série. É aquele que beija por beijar. Seu comportamento é beijar e “ficar” com o máximo possível de pessoas. Você já parou para pensar se isso é correto? Quais as conseqüências desse comportamento que tem tomado conta da juventude atualmente? Sobre isso quero refletir um pouco.
Para os jovens, sem nenhum temor a Deus, ser um “serial kisser” é motivo de orgulho. Trocar beijos com várias pessoas numa mesma festa é, para muitos dos nossos jovens, uma conquista que enche de orgulho o autor de tal façanha. Quanto mais beijos conseguir numa “noitada” mais o “serial kisser” se sente “realizado”, sentindo-se até um herói. Pois o foco não é a qualidade do beijo, mas a quantidade. Isso, geralmente, envolve as chamadas “ficadas”.
Ao envolver-se nesse tipo de comportamento, o jovem fica obcecado, tornando-se compulsivo. Não há controle, pois há uma perturbação mental. Não há controle, pois há uma obsessão. Não há controle, há compulsão.
No salmo 42.7 encontramos que “um abismo chama outro abismo”. O que isso quer dizer? Que uma prática errada leva a outra prática errada. O psiquiatra e educar Içami Tiba diz que “o corpo está sexualmente maduro quando a garota ovula – já aos 11 a 13 anos, e até antes em lugares praianos e quentes – e o “rapagote” quando produz espermatozoides – em geral aos 12 a 15 anos de idade. É como ganhar um carro sem saber dirigir: eles ganham um poder que se não aprenderem a usar cometerão acidentes, principalmente, a gravidez precoce.”[1]. Para ele, “não seria nada demais se o corpo não pedisse a consumação do ato sexual quando devidamente erotizado e sexualizado”.[2]. Em outras palavras, o beijo sem qualidade, o beijo apenas por beijar, o beijo sem compromisso, o beijo ilegal, leva, consequentemente, ao ato sexual. “Esse tipo de comportamento é uma promiscuidade”, afirma o educador.[3] Discordo do “não seria nada demais se...”, pois sabemos que o comportamento “serial kisser”, ainda que não levasse ao ato sexual, tem outras implicações.
Em I Coríntios 7.9, apóstolo Paulo nos mostra que “abrasar-se” não é o caminho correto. Certamente o termo abrasar-se quer dizer “viver em brasas”. Uma pessoa arde ou queima, no sentido sexual, quando se excita muito. O abrasamento acontece com ou sem o ato sexual. O desejo sexual não satisfeito leva a pessoa a viver “abrasada”. Se este desejo for satisfeito, antes do casamento, ou fora dele, isto é fornicação, que é outra prática condenada pelas Sagradas Escrituras. O apóstolo Paulo recomenda o casamento imediato daqueles que vivem abrasados, porque ele sabe que as tensões e o excitamento provenientes do abrasamento, mais cedo ou mais tarde, tornar-se-ão incontroláveis.
Airton Evangelista da Costa diz que “ficar remoendo desejos incontroláveis que podem – e quase sempre o faz – levar à prática da fornicação. Abrasar-se significa queimar-se; abrasar é queimar, ficar igual a brasa, aceso. Na situação de “abrasado”, o domínio sai do controle do espírito. A carne, ou seja, a natureza de pecado, assume o controle da situação. Nesse caso, falece o “domínio próprio” como fruto do Espírito (Gl 5.22).”[4]
Nenhum “serial kisser” beija alguém sem intenção impura. O Senhor Jesus mostrou que olhar para uma mulher com intenção impura é pecado (Mateus 5.28). Mesmo o “beijar por beijar” traz consigo intenções impuras, sendo a maior delas a falta de compromisso com a outra pessoa, o descaso com o outro, como se as pessoas fossem descartáveis. O prazer irresponsável e inconseqüente é pecado diante de Deus.
Ciro Sanches Zibordi diz que “Relacionar-se com alguém quando se está em fase de amadurecimento, principalmente na condição de "ficante", nunca é um bom negócio.”[5].
Para muitos, o comportamento “serial kisser” talvez seja uma infantilidade, mas sendo um abrasamento, a Bíblia o vê como uma prática maliciosa, reprovável, pois é impura. Deus sempre cobrou do seu povo pureza. Vida pura e fiel aos seus estatutos. Certamente comportamentos dessa natureza conduzirá a outros comportamentos, sempre combatidos pela Palavra de Deus.