O Pr. Gilson Soares dos Santos é casado com a Missionária Selma Santos, tendo três filhos: Micaelle, Álef e Michelle. É servo do Senhor Jesus Cristo, chamado com santa vocação. Bacharel em Teologia pelo STEC (Seminário Teológico Evangélico Congregacional), Campina Grande/PB; Graduado em Filosofia pela UEPB (Universidade Estadual da Paraíba); Pós-Graduando em Teologia Bíblica pelo CPAJ/Mackenzie (Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper). Professor de Filosofia e Teologia Sistemática no STEC. Professor de Teologia Sistemática no STEMES, em Campina Grande - Paraíba. Pastor do Quadro de Ministros da Aliança das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil (AIECB). Pastoreou a Igreja Evangélica Congregacional de Cuité/PB, durante 15 anos (1993-2008). Atualmente é Pastor Titular da Igreja Evangélica Congregacional em Areia - Paraíba.

22 de fevereiro de 2017

D. A. Carson comenta João 17.17 o Tema do 19º Encontro para a Consciência Cristã


D. A. CARSON COMENTA JOÃO 17.17 O TEMA DO 19º ENCONTRO PARA A CONSCIÊNCIA CRISTÃ

Pr. Gilson Soares dos Santos

Este ano, 2017, nos dias 23 a 28 de Fevereiro, na cidade de Campina Grande – PB, será realizado o 19º Encontro para a Consciência Cristã, realizada pela VINACC (Visão Nacional para a Consciência Cristã). Estará presente ao evento, segundo a vontade de Deus, o teólogo cristão D. A. Carson.

O Tema do Evento tem como base o texto bíblico de João 17.17: “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade”.

Atrevi-me a transcrever aqui no blog o comentário de D. A. Carson sobre o texto de João 17.17, conforme pode ser encontrado em sua obra “O Comentário de João”, publicado pela Shedd Publicações.

À leitura:

O grupo de palavras relacionadas a ‘santidade’ do qual deriva santificar é bastante raro no quarto evangelho. O verbo ocorre em 10.36; 17.17,19; o adjetivo ‘santo’ encontra-se na expressão “Espírito Santo” em 1.33; 14.26; 20.22, e de outro modo em 6.69; 17.11. Em sua esfera mais básica de significado, ‘santo’ é quase um adjetivo para Deus: ele é transcendente, ‘outro’, distinto, separado da criação, e assim os anjos clamam incessantemente em sua presença: “Santo! Santo! Santo!” (cf. Is 6.3; Ap 4.8). Derivadamente, portanto, pessoas e coisas que são reservadas para ele também são chamadas de santas - seja um incensário para um altar no templo da antiga aliança, seja um homem reservado para ser sumo sacerdote. O profeta Jeremias, e Arão e seus filhos, foram todos ‘santificados’, isto é, reservados para o ofício sagrado, reservados para Deus (Jr 1.5; Ex 28.41). As implicações morais para as palavras em português ‘santo’ e ‘santificação’ surgem somente nesse ponto: isto é, idealmente, se alguém é reservado para Deus e para os propósitos de Deus apenas, essa pessoa fará somente o que Deus quiser, e odiará tudo o que Deus odeia. Isso é o que quer dizer ser santo assim como Deus o é (Lv 11.44,45; lPe'1.16).

Jesus é aquele a quem o ‘Pai separou [isto é, “santificou”; o verbo é hagiazô\ como seu e enviou ao mundo’ (c f notas sobre 10.36). Isto é, o Pai reservou o Filho para seus próprios propósitos nessa missão ao mundo. Em outras palavras, o Filho se santificou (cf. v. 19, abaixo) - isto é, ele se separou para ser e fazer exatamente o que o Pai lhe atribuiu. Nesse momento ele ora para que Deus santifique (hagiazô) os discípulos. No evangelho de João, essa ‘santificação’ é sempre para a missão. A missão dos discípulos é declarada no versículo seguinte; o presente versículo enfoca o meio da santificação: “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade”.

Isso só pode significar que o meio pelo qual Jesus espera que seu Pai santifique os seguidores do Filho seja a verdade. O Pai imergirá os seguidores de Jesus na revelação de si mesmo em seu Filho; ele os santificará enviando o Paracleto para guiá-los a toda verdade (15.13). Os seguidores de Jesus serão ‘separados’ do mundo, reservados para o serviço de Deus, à medida que pensam e vivem em conformidade com a verdade, a ‘palavra’ da revelação (v. 6) supremamente mediada por Cristo (ele próprio a verdade, 14.6, e a Palavra encarnada, 1.1,14) — a revelação nesse momento incorporada nas páginas desse livro. Em termos práticos, ninguém pode ser ‘santificado’ ou separado para o uso do Senhor sem aprender os pensamentos de Deus e pensar em conformidade com ele, sem aprender a viver em conformidade com a palavra que ele graciosamente deu. Em contraste, o coração da ‘mundanidade’, daquilo que faz do mundo o que ele é (1.9), é uma fundamental supressão ou negação da verdade, uma profunda rejeição da ‘palavra’ graciosa de Deus, de sua auto-revelação em Cristo.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

CARSON, D. A. O Comentário de João. São Paulo: Shedd Publicações. 2007. p.566-567.