O Pr. Gilson Soares dos Santos é casado com a Missionária Selma Santos, tendo três filhos: Micaelle, Álef e Michelle. É servo do Senhor Jesus Cristo, chamado com santa vocação. Bacharel em Teologia pelo STEC (Seminário Teológico Evangélico Congregacional), Campina Grande/PB; Graduado em Filosofia pela UEPB (Universidade Estadual da Paraíba); Pós-Graduando em Teologia Bíblica pelo CPAJ/Mackenzie (Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper). Professor de Filosofia e Teologia Sistemática no STEC. Professor de Teologia Sistemática no STEMES, em Campina Grande - Paraíba. Pastor do Quadro de Ministros da Aliança das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil (AIECB). Pastoreou a Igreja Evangélica Congregacional de Cuité/PB, durante 15 anos (1993-2008). Atualmente é Pastor Titular da Igreja Evangélica Congregacional em Areia - Paraíba.

29 de outubro de 2012

Análise Militar do Estado: Meios Ofensivos e Defensivos, em Maquiavel


ANÁLISE MILITAR DO ESTADO: MEIOS OFENSIVOS E DEFENSIVOS, EM MAQUIAVEL

Gilson Soares dos Santos

     Maquiavel trata, em O Príncipe, da questão militar do Estado. Ele vai expor, agora, os meios ofensivos e defensivos. 

1 - Os diferentes tipos de milícias e de tropas mercenárias

     Para Maquiavel, os principais fundamentos do Estado são “boas leis e boas armas”. Uma não podendo existir sem a outra. Ele mostra que para manter o Estado, o príncipe pode usar milícias próprias, milícias mercenárias, milícias auxiliares ou mistas.

As Milícias Auxiliares e Mercenárias

     As Milícias Auxiliares e Mercenárias, para ele, são inúteis e perigosas. Manter o Estado apoiado nessas forças é apenas adiar a ruína. Eis as razões:
  • São ambiciosas, indisciplinadas, desleais, insolentes para com os amigos e covardes diante dos inimigos.
  • Não têm temor a Deus nem confiam nos homens.
  • O Estado é espoliado por elas na paz, e na guerra, pelos inimigos.
  • Não nutrem amor nem força que as conservem em campo, apenas um pequeno soldo. E isso não é suficiente para que deem a vida pelo Estado.
  • Querem muito ser soldados quando não há guerra.
     Maquiavel chega a descrever exemplos para provar que não se deve confiar nas milícias auxiliares e mercenárias.

Tropas Auxiliares

     Maquiavel, em seguida, mostra a inutilidade das tropas auxiliares enviadas por algum poderoso.

     O Príncipe que depender dessas tropas dependerá inteiramente da sorte, porque não terá meios confiáveis de defesa.

     Eis as razões porque não se deve confiar nas tropas auxiliares:
  • Dão prejuízos quando reclamada suas presenças.
  • Se elas perdem, o Monarca é aniquilado, se elas vencem, o Monarca fica sujeito à elas.
  • São mais perigosas do que os mercenários.     
  • São devotadas à quem lhes enviou, nunca ao Monarca que nelas confiou.
     Segundo Maquiavel, os príncipes prudentes sempre repelem esse tipo de tropa.

     Ele cita vários exemplos mal-sucedidos de monarcas que fizeram usos de tropas auxiliares.

2 - Tropas nativas

     Para Maquiavel, o príncipe deve formar suas tropas dentre os próprios nativos.

     O bom exército é aquele formado pelos próprios cidadãos, pois estes vão ser sempre fiéis às ordens do príncipe. Diferente dos exércitos mistos e mercenários.

     Maquiavel mostra que regulamentar o exército próprio não é uma tarefa difícil.

     Para Maquiavel, é preferível perder com o exército formado pelos próprios cidadãos a vencer com tropas auxiliares ou mistas.

3 - Os deveres do príncipe para com suas tropas

     O príncipe, no pensar de Maquiavel, deve ter como objetivo manter a guerra, seu regulamento e sua disciplina. Para ele, a única arte que se espera de quem comanda é manter a guerra. Sendo assim, o príncipe que se preocupa mais com o luxo do que com a guerra, certamente perderá o Estado.

     O príncipe prudente deve sempre estar treinando o seu exército para a guerra. Um príncipe que treina o seu exército para a guerra, acontecendo qualquer imprevisto, resistira sempre aos golpes dos seus inimigos. O príncipe, portanto, deve sempre se preocupar com a arte da guerra, mesmo em tempos de paz. Principalmente em tempos de paz.

     O príncipe deve agir da seguinte maneira com suas tropas:
  • Conservar os soldados sob disciplina; 
  • Conservar os soldados sob exercício constante; 
  • Deve fazer grandes caçadas, acostumando seus corpos aos desconfortos da vida em campanha; 
  • No exercício os soldados tanto reconhecem o próprio país quanto saberá agirá em qualquer outro novo lugar; 
  • Ao conhecer a geografia de uma província chega-se facilmente ao conhecimento de outra; 
     Para Maquiavel, um príncipe sábio deve observar essas coisas e jamais permanecer ociosos nos tempos de paz.