O Pr. Gilson Soares dos Santos é casado com a Missionária Selma Santos, tendo três filhos: Micaelle, Álef e Michelle. É servo do Senhor Jesus Cristo, chamado com santa vocação. Bacharel em Teologia pelo STEC (Seminário Teológico Evangélico Congregacional), Campina Grande/PB; Graduado em Filosofia pela UEPB (Universidade Estadual da Paraíba); Pós-Graduando em Teologia Bíblica pelo CPAJ/Mackenzie (Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper). Professor de Filosofia e Teologia Sistemática no STEC. Professor de Teologia Sistemática no STEMES, em Campina Grande - Paraíba. Pastor do Quadro de Ministros da Aliança das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil (AIECB). Pastoreou a Igreja Evangélica Congregacional de Cuité/PB, durante 15 anos (1993-2008). Atualmente é Pastor Titular da Igreja Evangélica Congregacional em Areia - Paraíba.

24 de maio de 2013

Qual a diferença entre "Logos" e "Rhema"?

QUAL A DIFERENÇA ENTRE “LOGOS” E “RHEMA”?

Pr. Gilson Soares dos Santos

Os “profetas” da Teologia da Prosperidade ensinam que há uma enorme diferença entre “Logos” e “Rhema”. Eles têm ensinado que “Logos” é a palavra dita de Deus, e “Rhema” é a palavra dizente de Deus. Será que é isso mesmo?

Postamos a seguir um pequeno comentário do Dr. Paulo Romeiro sobre “Logos” e “Rhema”, extraído do seu livro SUPERCRENTES, publicado pela Editora Mundo Cristão. Veja o que escreve Romeiro:


==============================================


Há dois termos na língua grega para o vocábulo ''palavra": logos e rhema. Os pregadores da confissão positiva estão sempre fazendo um grande alarde sobre uma suposta distinção entre estas duas palavras. Entretanto, há pouca diferença entre estes dois termos no grego original. Seria como "enorme" e "imenso" no português. Michael Horton esclarece:

Os ensinadores da fé inventavam uma falsa distinção de significado entre essas duas palavras  gregas. Rhema, dizem eles, é a ''palavra'' que os crentes usam para “decretar” ou "declarar" a fim de trazer prosperidade ou cura para esta dimensão. É o "abracadabra". Depois vem logos, ou "a palavra de revelação" que é a palavra mística, direta, que Deus fala aos iniciados. O termo pode-se referir também à Bíblia, mas é geralmente empregado no contexto de sonhos, visões e comunicações particulares entre Deus e seu "agente". Assim, quando alguém lê uma referência na literatura do pregador da fé à "Palavra de Deus", ou "agir sobre a Palavra" e outras, o autor não está mais se referindo à Palavra de Deus escrita, a Bíblia, mas, sim, ao seu próprio "decreto" (rhema) ou uma palavra pessoal de Deus para ele (logos).

Conversando no início de 1991 com o Dr. Russell Shedd (uma das maiores autoridades em Novo Testamento, do Brasil) sobre este assunto, ele comentou que o apóstolo Pedro não fez distinção entre estes dois termos quando escreveu 1 Pedro 1:23-25:

v. 23: pois fostes regenerados, não de semente corruptível, mas de incorruptível, mediante a palavra (logos) de Deus, a qual vive e é permanente. 
v. 24: Pois toda a carne é como a erva, e toda a sua glória como a flor da erva; seca-se a erva, e cai a sua flor; 
v. 25: a palavra (rhema) do Senhor, porém, permanece eternamente. Ora, esta é a palavra (rhema) que vos foi evangelizada.

Esta passagem é uma citação de Isaías 40:6-8. Na Septuaginta, a versão grega do Antigo Testamento, o termo grego para "palavra", no versículo 8, é (rhema), ficando assim confirmada a despreocupação de Pedro em usar tanto um termo quanto o outro como sinônimos.


(ROMEIRO, Paulo. Super Crentes. 6.ed. São Paulo: Mundo Cristão, 1996. p. 28-29.)