O Pr. Gilson Soares dos Santos é casado com a Missionária Selma Santos, tendo três filhos: Micaelle, Álef e Michelle. É servo do Senhor Jesus Cristo, chamado com santa vocação. Bacharel em Teologia pelo STEC (Seminário Teológico Evangélico Congregacional), Campina Grande/PB; Graduado em Filosofia pela UEPB (Universidade Estadual da Paraíba); Pós-Graduando em Teologia Bíblica pelo CPAJ/Mackenzie (Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper). Professor de Filosofia e Teologia Sistemática no STEC. Professor de Teologia Sistemática no STEMES, em Campina Grande - Paraíba. Pastor do Quadro de Ministros da Aliança das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil (AIECB). Pastoreou a Igreja Evangélica Congregacional de Cuité/PB, durante 15 anos (1993-2008). Atualmente é Pastor Titular da Igreja Evangélica Congregacional em Areia - Paraíba.

20 de outubro de 2015

Os primeiros filósofos

OS PRIMEIROS FILÓSOFOS

Gilson Soares dos Santos

Na postagem de hoje, vamos aprender um poucos sobre os primeiros filósofos.

1 – Os filósofos pré-socráticos (antes de Sócrates)

            Os primeiros filósofos são chamados de pré-socráticos ou filósofos da natureza, porque tinham grande interesse pela natureza e pelos processos naturais.

1.1 – Tales de Mileto (séc. VII a séc. VI a.C): É considerado o primeiro filósofo. Natural da colônia grega de Mileto, na Ásia Menor. Ele considerava a água a origem de todas as coisas. Com isso, talvez, ele quisesse dizer que toda forma de vida surge na água e a ela retorna quando se desfaz. Ele afirmou que “todas as coisas estão cheias de deuses”. É claro, ele não pensava aqui nos deuses da mitologia grega.

1.2 – Anaximandro (séc. VII a.C. séc. VI. a. C.) : Provavelmente discípulo de Tales. Ele sustenta que a água já é algo derivado e que, ao contrário, o "principio" (arché) é o infinito, ou seja, uma natureza (physis) in-finita e in-definida, da qual provém todas as coisas que existem. O termo usado por Anaximandro é a-peiron, que significa aquilo que está privado de limites.

1.3 – Anaxímenes (séc. VI a.C.): Também viveu em Mileto. Para ele, o elemento que deu origem a todas as coisas é o ar. Mas esse ar é o ar infinito. Ele disse que: “Exatamente como a nossa alma (ou seja, o principio que dá a vida), que é ar, se sustenta e se governa, assim também o sopro e o ar abarcam o cosmo inteiro.”.

1.4 – Heráclito de Éfeso (séc. VI ao V a.C.): Heráclito indicou o fogo como "principio" fundamental, e considerou todas as coisas como transformações do fogo. Também é evidente por que Heráclito atribuiu ao fogo a "natureza" de todas as coisas: o fogo expressa de modo exemplar as características de mudança continua, do contraste e da harmonia. Entre os principais ensinos de Heráclito estão: 1) Tudo escorre, tudo se move, tudo flui (muda): para ele, tudo está em movimento e nada dura para sempre. Por esta razão, dizia ele, “não podemos entrar duas vezes no mesmo rio”. Porque quando entramos pela segunda vez no rio, tanto nós quando o rio já estamos mudados. 2) A harmonia dos contrários: Para ele, o mundo está impregnado por constantes opostos. Se nunca ficássemos doentes, não saberíamos o que significa saúde. Se nunca houvesse guerra, não saberíamos o valor da paz. O devir é a passagem de um contrário a outro. as coisas frias se aquecem, as quentes se resfriam, as úmidas secam, as secas tornam-se úmidas, o jovem envelhece, o vivo morre.

1.5 – Pitágoras (séc. V): Nasceu em Samos. Com clara mudança de perspectiva, Pitágoras e os Pitagóricos indicaram o numero (e os componentes do numero) como o "principio", ao invés da agua, do ar ou do fogo. Todas as coisas derivam dos números. Os números são o princípio de todas as coisas.

            Outros filósofos pré-socráticos de grande importância foram: Xenófanes de Cólofon, Parmênides, Zenão, Melisso de Samos, Empédocles, Anáxagoras, etc.

2 – Sócrates, Platão e Aristóteles

2.1 – Sócrates: Nasceu em Atenas em 470/469 a.C. e morreu em 399 a.C. Era filho de um escultor e de uma obstetra. Nunca fundou uma escola, nunca escreveu algo. Realizava seu ensinamento em locais públicos. O que sabemos sobre ele vem dos escritos de Platão e de outros filósofos. Seus principais ensinos: 1) Liberdade: Entendida como liberdade interior, e, em última análise como “autodomínio”. “Uma vez que a alma é racional, ela alcança sua liberdade quando se livra de tudo o que é irracional, ou seja, das paixões e dos instintos. 2) Felicidade: “A felicidade assume valência espiritual e se realiza quando na alma prevalece a ordem. Tal ordem se realiza justamente mediante a virtude. Dessa forma, afirma-se o principio ético que a virtude é prêmio para si mesma, e deve ser buscada por si mesma” (Reale & Antiseri, 2007, p. 92). 3) Teologia: Sócrates também teve uma particular concepção de Deus, deduzida da constatação de que o mundo e o homem são constituídos de modo tal - isto é, segundo tal ordem e tal finalidade - que exige uma causa adequada. Esta Causa é justamente Deus, entendido como inteligência ordenadora e providência. 4) O método socrático: O método usado por Sócrates no seu ensinamento foi o do diálogo articulado em dois momentos: o irônico-refutatório e o maiêutico. Sócrates foi condenado à morte, acusado de não crer nos deuses da cidade, e de corromper os jovens, teve que tomar um cálice de cicuta.

2.2 – Platão: Nasceu em Atenas, em 428 a.C.  Seu verdadeiro nome era Arístocles. Foi discípulo de Sócrates. Seus principais ensinos: 1) Ideias inatas: Platão acreditava em ideias inatas, que a mente contemplara no mundo das Formas, antes do nascimento. Elas foram contempladas pela alma no estado pré-encarnado, só era necessário recordá-las. 2) Eternidade do universo: Acreditava que o universo é eterno. O mundo físico é um mundo de sombras, o mundo real é o mundo espiritual das formas puras. 3) Metempsicose: Defendia a metempsicose, ou seja, a transmigração das almas, que conhecemos por reencarnação. 4) Sobre Deus: Deus não era a Forma absoluta (agathos), mas o Formador (o demiurgo). O formador não pode fazer boas formas sem uma Forma do bem como padrão. 5) Imortalidade da alma: Platão defendeu o que todo cristão ortodoxo acredita, a imortalidade da alma, ou seja, que os seres humanos têm uma dimensão espiritual em sua composição, que é imortal.

2.3 – Aristóteles: Nascido em Estagira (384-322 a.C.). Entrou para a Academia de Platão em 367 a.C. Foi instrutor de Alexandre, o grande. As obras principais de Aristóteles podem ser divididas em: lógica, estudos físicos, psicologia e filosofia. Seus principais ensinos: 1) Epistemologia (teoria do conhecimento): Era um empirista e acreditava que todo conhecimento começa nos sentidos. Quando um objeto é percebido por um ou mais dos cinco sentidos, a mente começa a agir sobre ele com seus poderes de abstração. Ele via três ações do intelecto: apreensão (entendimento), predicação (declarações) e raciocínio logístico (lógica). 2) Sobre Deus: O conceito de Deus em Aristóteles não é o mesmo do Deus do judaísmo. Para ele, Deus é o motor imóvel. Mas esse motor imóvel também não era um deus pessoal que amava e se preocupava com a criação. Na verdade, o deus de Aristóteles não tem significado religioso ou de adoração. Sua concepção sobre Deus está nos seus estudos sobre metafísica. Para ele, a física estuda a realidade que pode ser experimentada pelos sentidos. A metafísica estuda a realidade fora da percepção sensorial. 3) Sobre a alma: Ao contrário de Platão, Aristóteles negou a imortalidade da alma ou vida após a morte. Para ele, a alma morre junto com o corpo. Ele era monista, enquanto Platão era dicotomista.

3 – Outros filósofos importantes

            Vejamos outros nomes da Filosofia Medieval, Filosofia Moderna e Filosofia Contemporânea:

– Filosofia Medieval

a) Agostinho (bispo de Hipona – 354-430 d.C.). Teólogo e filósofo.
b) Anselmo de Cantuária.
c) Abelardo.
d) Tomás de Aquino. (1224-1274). Teólogo e filósofo.
e) João Duns Scotus.

– Filosofia Moderna

a) René Descartes.
b) Baruch Spinoza.
c) John Locke.
d) David Hume.
e) Blaise Pascal.
f) Immanuel Kant.

– Filosofia Contemporânea

a) Schleiemarcher.
b) Hegel.
c) Sören Kierkegaard.
d) Martin Heidegger.
f) Wittgenstein.
f) Karl Barth
g) Karl Marx.

     Esta é uma pequena lista de filósofos cristãos, agnósticos e ateus.


BIBLIOGRAFIA PARA APROFUNDAMENTO

ARANHA, Maria Lúcia A. MARTINS, Maria Helena Pires. Temas de Filosofia. 3Ed. São Paulo: Moderna. 2005.

REALE, Giovane. ANTISERI, Dario. História da Filosofia. Vol. 1. 3ed. São Paulo: PAULUS. 2007.